sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Uma breve Introdução à Antropologia

Idéias de Rafael Santos

ANTROPOLOGIA
Origens históricas
• Surge “no processo de expansão do capitalismo, mais precisamente através do colonialismo e do imperialismo das nações ricas, que estendiam seus domínios a lugares remotos do mundo”;
• “Os primeiros antropólogos, cientistas que buscavam o conhecimento das sociedades ‘exóticas’, não coletavam seus dados de modo direto, baseavam-se em informações enviadas por missionários, mercadores, militares e funcionários coloniais”;
Evolucionismo Social
• Para primeiros cientistas (séc. XIX), o princípio básico era o de que, assim como os organismos vivos, também as sociedades humanas estariam sujeitas a um desenvolvimento evolutivo das mais “simples” ou “primitivas” até as mais “complexas” ou “adiantadas”;
• Para Henry Lewis Morgan o progresso da humanidade se constituía de três estágios: selvageria, barbárie, e civilização. James Frazer também criou uma escala evolutiva ao diferenciar magia, religião e ciência;
• o pensamento evolucionista deixou marcas profundas na história da sociedade e, ainda hoje, persiste no senso comum;
• No passado, o extermínio quase total das populações indígenas das Américas, assim como, mais recentemente, o regime de apartheid, que vigorou durante muitos anos na África do Sul, tinha respaldo nesse tipo de raciocínio;
• Nos dias de hoje ainda encontramos pessoas que baseiam suas opiniões em termos de culturas “atrasadas” ou “avançadas”;
TRABALHO DE CAMPO
• Foi nas primeiras décadas do século XX, com os trabalhos de Franz Boas (1858-1942) e Bronislaw Malinowski (1884-1942), que a prática da coleta de dados passou a ser feito pelo próprio antropólogo. Isso trouxe uma verdadeira revolução nas técnicas e nos métodos de pesquisa, assim como contribuiu decisivamente para a superação do etnocentrismo;
• Malinowski é considerado o revolucionário pioneiro do trabalho de campo, particularmente pela metodologia criada e aperfeiçoada por ele e denominada — observação participante;
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
• “...nesse tipo de pesquisa, recomenda-se ao etnógrafo que de vez em quando deixe de lado sua máquina fotográfica, lápis e caderno e participe pessoalmente do que está acontecendo. Ele pode tomar parte nos jogos dos nativos, acompanhá-los em suas visitas e passeios, ou sentar-se com eles, ouvindo e participando das conversas”;
• As considerações sobre a complexidade das culturas nos levam a uma importante conclusão: a existência de uma imensa diversidade cultural - tanto em níveis regionais e nacionais como na sociedade global - implica na existência de diferenças, mas não de desigualdades culturais.
Educação a Distância – Antropologia – Aula 06
• Olhar o “Outro” é ver a si mesmo, não uma imagem refletida, mas uma imagem que, por ser diferente, acaba por nos revelar aspectos nossos que até então não havíamos percebido;
• este “Outro” é, no caso da Antropologia (diferente da psicologia ou da psicanálise), sempre algo coletivo: um grupo, uma classe social, uma tribo;
• O contato com este “Outro” desperta um “algo em-nós-mesmos” devido ao fato de existirem certos mecanismos comuns à humanidade e que podem ser desvendados pela própria reflexão antropológica;
• Uma das contribuições da antropologia é a constatação que existem processos simbólicos análogos em culturas diversas;
• a Antropologia define-se, entre outras coisas, como uma ciência de interpretação das culturas como sistemas simbólicos: política, saúde, doença, consumo, comunicação, parentesco, religião, mito, ritual, arte;
• todas as dimensões do fazer humano podem ser pesquisadas, comparadas, analisadas e interpretadas do ponto de vista antropológico: grupos étnicos, religiosos, diferentes orientações sexuais, estilos-de-vida urbana, minorias e “maiorias” excluídas, donas de casa, empresários, estudantes, professores, turistas.
Raça e Meio, Etnocentrismo
Em termos políticos o etnocentrismo traz dificuldades semelhantes àquelas do evolucionismo social e das explicações baseadas nas idéias de raça e meio. Quando as convicções de uma pessoa, de um grupo, de uma classe social, de uma região ou de um país, acerca de seus próprios valores, são consideradas superiores às de outras, corre-se o risco das imposições (às vezes até com o uso da força militar). Podemos também pensar em “sociocentrismo”, quando crenças e valores de nossas classes sociais são nossos parâmetros para julgarmos crenças e valores sociais distintos dos nossos, mas que existem dentro de nossa própria sociedade.
Educação a

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