De acordo com o site http://www.scielo.br/pdf/pe/v9n3/v9n3a14.pdf, os Universitários Maria da Penha de L Coutinho, Ludgleydson Fernandes de Araújo e Bernard Gontiès, dos centros da Universidade Federal da Paraíba, quais sejam: Centro de Ciências da Saúde (CCS); Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) e Centro de Tecnologia (CT), todos localizados no Campus I, na cidade de João Pessoa-PB, estudaram que o consumo de substâncias psicoativas é uma característica comum à maioria das civilizações. Entre estas substâncias a maconha é a mais utilizada por todos os consumidores de drogas ilícitas na realidade brasileira. Esse psicotrópico tem a capacidade de produzir alterações no funcionamento do sistema nervoso central, podendo modificar o comportamento dos indivíduos que fazem uso dele.
A importância da investigação dessa temática é o aumento substancial do consumo da maconha nos diferentes níveis sociais. A maconha é uma erva cujo nome científico é Cannabis sativa. Em latim Cannabis significa cânhamo, que denomina o gênero da família da planta, e sativa diz respeito à cultura plantada ou semeada, e indica a espécie e a natureza do desenvolvimento da planta. É uma planta originária da Ásia Central, com extrema adaptabilidade no que se refere ao clima, altitude, solo, apesar de haver uma variação quanto à conservação das suas propriedades psicoativas, pois essa requer clima quente e seco e umidade adequada do solo (Nahas, 1986; Bergeret & Leblanc, 1991; Costa & Gontiès, 1997; MacRae & Simões, 2000; Gontiès & Araújo, 2003).
Três são as espécies de maconha. A mais comum, que é a Cannabis sativa, assume diferentes formas e é cultivada em quase todo o mundo; a Cannabis índica apresenta baixo teor de substância psicoativa (THC); e a Cannabis ruderalis, arbusto curto da Cannabis, não possui ingredientes psicoativos (Inaba & Cohen, 1991; Patrício,1997). De modo geral, as substâncias psicoativas foram e ainda são consumidas em diversas épocas e culturas com finalidades terapêuticas, religiosas e lúdicas e ainda para obtenção do prazer. De certa maneira, a história da humanidade está atrelada ao hedonismo e à utilização de certas substâncias psicoativas que pode facilitar o acesso ao prazer.
Na Antigüidade a droga era incentivada por suas múltiplas funções: econômica, religiosa, social e medicinal, atendendo ao contexto cultural da época (Arnaud, 1996; Maciel, 1997). No que tange aos efeitos prejudiciais da maconha em curto prazo, Noto e Formigoni (2002) salientam que eles não são bem evidentes, se comparados à cocaína; no entanto, são freqüentes os problemas de concentração e memória, dificultando a aprendizagem e a execução de tarefas de dirigir ou operar máquinas. O uso contínuo dessa substância pode causar tosse crônica, alteração da imunidade, redução dos níveis de testosterona e desenvolvimento de doenças mentais como a esquizofrenia, depressão e crises de pânico, redução do interesse e de motivação pela vida, com a observação da síndrome amotivacional, por isso, eu sou contra o uso da maconha.
A história das representações sociais insere-se na inter-relação entre atores sociais, o fenômeno e o contexto que os rodeia. Elas são constituídas por processos sociocognitivos e têm implicações na vida cotidiana, influenciando a comunicação e os comportamentos. Desta forma a representação pode ser considerada como um sistema de interpretações da realidade, organizando as relações dos indivíduos com o mundo e orientando suas condutas e comportamentos no meio social.
Para compreender melhor o funcionamento do comportamento humano e o modo como os atores sociais se agrupam, devem-se considerar conjuntamente os afetos, as condutas, a organização, a sistematização de como eles compartilham crenças, atitudes, valores, perspectivas futuras e experiências sociais (Moscovici, 2003).
A representação social, diferentemente das representações coletivas, não é somente uma herança dos antepassados, transmitida de maneira determinista, estática e preestabelecida, mas um conhecimento construtivo, de caráter social, que se origina nas conversações interindividuais e intergrupais (Moscovici, 1984). A representação social do uso da maconha, que faz parte do cotidiano social, recebe significados em conformidade com os grupos de pertença e o contexto social no qual se encontram inseridos. Além disso, esses significados são resultantes da interação entre o senso comum e o conhecimento erudito, na qual existe uma relação de influência mútua e permanente entre estes dois universos, resultando numa diversidade de significados que circulam através dos meios de comunicação formais e informais, assimilados e reelaborados socialmente.
A inserção da maconha na vida cotidiana de diferentes segmentos sociais e as discussões que ela vem suscitando nas pautas de políticas públicas de saúde e científicas justificam-se pelas conseqüências nefastas que o uso desta substância vem acarretando à sociedade, por ocasionar um sofrimento que interfere significativamente na diminuição da qualidade de vida, rompendo fronteiras de idade, classe socioeconômica, cultura, raça e espaço geográfico (Bastos, 2003; Pereira, 2002), acho que as pessoas, antes de tomar qualquer decisão, devem se informar mais, os problemas podem ser resolvidos de outra forma, não usar as drogas para fugir deles. Devemos valorizar as coisas boas da vida e não entrar no mundo das drogas, pois hoje, começasse com maconha e amanhã, cocaína e assim por diante, para mim, o nome já diz tudo, se é droga é droga, temos que fugir delas. Desta forma, as representações acerca das drogas por parte dos universitários são muito importantes, uma vez que elas serão determinantes de suas práticas, e, segundo Andrade (2003), são eles que vão coordenar e gerenciar num futuro próximo essa problemática que afeta tanto o indivíduo como sua família. Espera-se, portanto, que suas ações futuras sejam direcionadas a uma intervenção multidisciplinar, visando contribuir na promoção e prevenção da saúde.
Conclui-se que as representações sociais do uso da maconha, comparadas entre três áreas do conhecimento: da saúde, jurídica e tecnológica. Os dados apreendidos entre os universitários possibilitaram representações consensuais e particularidades de acordo com os campos de atuação profissional. Percebe-se que a influência da identificação profissional é fonte propiciadora na construção de representações acerca do uso da maconha. Os resultados apontaram que os universitários de direito ancoraram suas representações nas concepções legal, moral e social, ao passo que as representações dos universitários de saúde ancoraram-se na concepção médico-orgânica e psicossocial e os de tecnologia, na concepção psicossocial.
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