Referências: Patarnostro, Vera Irís
Texto na TV.
Ensinar as regras de edição não é o objetivo, e sim destacar a importância da edição no telejornalismo: é com a edição que uma reportagem ganha o formato final para ir ao ar. O texto jornalístico é ligado à edição.
Editar é uma arte, e é preciso usar seus ingredientes básicos: imagem, informação e emoção. O tempo certo de cada reportagem depende da importância jornalística do assunto e da força das imagens. O ritmo e o estilo de cada telejornal são fatores que também influenciam a edição de uma matéria.
Editar é dar sentido ao material bruto, ou seja, é montar a matéria. Para isso é preciso selecionar sons e imagens de uma forma clara, objetiva, de fácil compreensão. É contar a história que foi apurada, com começo, meio e fim. Editar é ser fiel às informações, caso contrário, pode causar danos irreparáveis. Primeiramente, precisamos conhecer bemo material bruto. Em seguida, decupar, percebendo e sentindo as sonoras, as imagens, o off do repórter. A decupagem é o princípio, cada editor escolhe a sua forma pessoal de decupar, mas todos devem anotar o time code e registrar o que é mais significativo. É preciso também fazer um plano de edição, sendo escrito e simples, item a item, destacando as informações que serão dadas na cabeça, o lead da matéria.
A edição de uma matéria é trabalho de dois profissionais. O editor de texto e o editor de imagem, juntos, discutem e planejam a edição da matéria na ilha de edição. A estrutura da matéria em edição vai ter como base o texto off no qual são inseridas as sonoras, a passagem do repórter, o som em BG (background), as artes até finalizar a matéria. Uma edição com ritmo e equilíbrio atrai o telespectador. O off não deve dizer o que o entrevistado vai falar. É preciso não identificar nos créditos o nome do entrevistado, do repórter, da cidade e estado. A passagem do repórter é a presença do autor da matéria, mas o que é bom para uma edição pode não ser para outra. A arte não serve para “tampar buracos de off”, mas para informar, dar valor à notícia. A deixa de uma matéria no script é uma marcação técnica que precisa ser correta, clara e objetiva, detalhando quem “dá” aquela deixa. A edição é totalmente subjetiva, usando-se criatividade e claro o bom senso.
Na edição não-linear, a alta tecnologia muda a concepção de edição no telejornalismo. Exemplificando, na máquina escrevia-se palavras na sequência da outra e quando tinha-se que mudar algo, o corretivo apagava. Já no computador, escreve-se com tanta facilidade que mudo o conceito de “texto pronto”. Na ilha de edição convencional, tem duas máquinas de videotape: a fita com material bruto “roda” na player e trechos selecionados são gravados na recorder. Um sistema de controle remoto comanda a seleção das cenas na player, marcando os pontos de entrada (in) e saída (out), e gravação no recorder. As cenas que são gravadas em sequência é edição linear, e para trocar uma imagem, depois de pronta a edição, é necessário fazer cópia da matéria.
Na edição não-linear, as imagens podem ser mudadas de lugar, sem necessidade de fazer cópia. A decupagem é fundamental, então deve-se pegar o material bruto e transferi-lo para o computador em uma operação chamada de captura ( ou ingest), que transforma as imagens em dados. Para importar arquivos no disco rígido, é necessário selecionar os trechos que são usados na matéria a ser editada. No workspace, estação de trabalho, o monitor exibe as telas player e recorder nos quais as imagens podem ser editadas, depois das marcações basta arrastar com o mouse para a tela recorder, e assim, a matéria será montada. Enquanto isso, a janela da timeline, ou seja, linha do tempo, tem os clips que podem ser substituídos com o mouse, tanto na janela da timeline como no monitor. Assim como tem várias bandas de vídeo, é possível ter também várias bandas de áudio na timeline, fazendo uma mixagem.
Os softwares também permitem criar efeitos para passagem de uma cena para outra, além do corte seco. O mais comum é fusão ou dissolve: uma cena some enquanto outra aparece. Há também o fast motion, para acelerar, o slow motion, em câmera lenta, ou o freeze, para congelar. O uso de efeitos em edição jornalística deve ser criterioso. O excesso chama atenção do telespectador para edição e não para a informação. A matéria editada de forma não-linear precisa passar por um processo de renderização que vai transformar as trilhas de áudio e vídeo montadas na edição em único arquivo de saída. Depois de renderada, a matéria é gravada em uma mídia, com disco óptico ou vai para o ar por um play-out.
Com essa edição não-linear, acaba de vez o trabalho mecânico de montagem, que existia na edição linear. O computador reduz ainda mais a distância da técnica e o jornalismo, e as facilidades da edição garantem um melhor entendimento da informação.
Mas novos recursos não adiantam se não preservarmos o rigor jornalístico.
Uma gostosa viagem ao passado mostrada de forma simples e em linguagem coloquial, assim como necessita ser a linguagem televisiva. Noções básicas e dicas nos colocam em contato direto com uma redação televisiva, mostrando, com toda a sua experiência, aquilo tudo que podemos ou não fazer quando queremos escrever textos para a TV. A autora deixa bem claro que os textos precisam ser curtos e de fácil entendimento. Isso fica muito mais nítido. Percebe-se que pela simplicidade exigida ao se escrever os textos jornalísticos para TV, torna difícil a seu desenvolvimento, pois todo cuidado é pouco para que as palavras não tenham duplo sentido.
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